Lembro-me aqui há uns anos que tentava fazer a saída de um rótulo de leite infantil do CorelDraw, em que a imagem principal era um pato amarelo. Podem não acreditar mas andei dias a sonhar com o madilto pato amarelo, parecia perseguição. Tudo porque o dito pato na impressão da prova de cor e fotolito fazia transparência no amarelo e o desenho das patas, asas e bicos que deveria estar escondido com o corpo do pato via-se todo.
Ou então um desenho de boneca com umas tranças que teimava não ter a cor de cabelo escolhida pela criativa.
Ou então o folheto de uma loja de animais com promoção na comida para os canários e periquitos, que depois tido o trabalho de digitalizar todas as imagens fornecidas pelo cliente, sabe-se lá de onde e de ter feito as respectivas correcções, o simpático e ecologista cliente resolveu escolher um papel reciclado amarelado para o folheto. Papel amarelo, canários amarelos, periquitos azuis e verdes, imaginem o resultado. Era o trabalho na máquina de impressão offset e eu no Photoshop a fazer ajustes nas imagens para aquele papel. Estes ajustes foram tantos que se fossemos imprimir o trabalho num papel couché por exemplo, ninguém acreditaria que aquilo eram canários e periquitos.
E depois a informação que temos assimilar: RGB, CMYK, LAB, perfis de cor, calibrações, Pantones, tintas, pigmentos, temperaturas de cor, degradés, original de cor do cliente, etc. etc.
Há dias em só me apetece ficar num quarto em tons suaves e fechar os olhos e viajar no meu mundo de cores. É que essas eu tenho a certeza que são as correctas, são as minhas, são as minhas sensações de cor e de mais ninguém.
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