sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Reflexão

Nas últimas semanas andei a reflectir na cor e a conclusão que chego é que além de ter aprendido coisas novas e confirmar outras, a verdade é que passei a ver as cores com outros olhos, ou melhor, passei a ter uma sensação de cor diferente. Pode parecer irreal, mas já dei por mim a olhar para um objecto e verificar que a cor que via num primeiro relançe, afinal tem outra tonalidade. Ou então estar a observar a incidência da luz e verificar que à medida que a luz se desloca que a cor muda.
Muito ficou por aprender e pesquisar, sendo um tema tão vasto.
Essencialmente aprendi que tentarei não perder mais tempo a discutir com alguém sobre uma determinada cor, a cor é subjectiva e aquilo que sinto como cor, poderá não ser o mesmo que sente outra pessoa.
Confirmei que a luz incidente influencia e bastante a nossa percepção de cor.
Aprendi que temos receptores fisiológicos em RGB e que ao contrário do que sempre julguei ao longo da minha vida profissional, devo pensar em RGB quando tenho uma sensação de cor.
Aprendi que apesar de haver imensos meios de controlar a reprodução de cor e para a medir, haverá sempre alguma coisa que poderá falhar e nunca poderei garantir uma reprodução de cor perfeita.
Confirmei que a melhor forma de digitalizar uma imagem será em modo Lab, porque assim consigo tirar mais partido do equipamento e obter uma melhor digitalização.
Sendo a sensação de cor subjectiva e individual, confirmei que apesar de todos os meios, equipamentos, perfis de cor, devo confiar muito mais no meu instinto e habilidade profissional para tirar melhor partido da reprodução de cor, mas ainda assim poderei nunca conseguir chegar ao objectivo esperado por outros, porque a sensação de cor deles poderá não ser a mesma que a minha.
A sensação de cor é um tema que pode ser discutido, analisado, medido, mas ainda não poderá ter conclusões definitivas enquanto a ciência e o estudo da cor não avançar mais. Teremos que esperar que deixe a teoria, em alguns aspectos fundamentais, nomeadamente o estudo do olho humano, e chegue a factos comprovados.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Curiosidades II

O Feng-Shui é considerado uma ciência da arte chinesa, com origem na Filosofia Oriental. Feng, significa Vento e Shui água, o que revela a importância que a Natureza tem nas nossas vidas.
Composto pelos seus cinco elementos: água, madeira, fogo, terra e metal e o que cada um representa. A água é o elemento essencial para que as plantas e árvores possam produzir o elemento que vem a seguir, a madeira, que serve para alimentar o fogo, que se transforma em cinzas e se juntam com a terra e assim dá origem ao metal, este é condensado até que derreta, acabando num ciclo que representa a água e assim tudo se renova e renasce. No Feng-Shui, existem dois tipos de energia: o Ch’i, que é a positiva e a negativa que é o Sh’a. Para que os ambientes sejam saudáveis, é necessário que haja um equilíbrio perfeito entre ambas.
O Feng-Shui procura a harmonia através do equilíbrio entre os cinco elementos da Natureza: a Água, a Madeira, o Metal, o Fogo e a Terra. A estes elementos estão ligadas as cores e, dependendo de cada divisão da casa, esta deve contar com mais ou menos objectos relacionados com cada um deles.
O Ba-guá é uma forma geométrica que é a base do Feng Shui. Ela tem oito lados, cada um deles representa um aspecto ou área de interesse da vida da pessoa que o estuda e aplica. Essa figura pode ser aplicada num terreno, numa casa ou apartamento, etc. Cada um desses lados tem um significado e uma maneira de equilibrá-lo em relação aos outros, optimizando, assim, todos os aspectos de sua vida.



As cores no Feng-Shui

Vermelho - cor da felicidade, calor do fogo, da força e da fama. Está associado à fonte de energia do universo, é estimulante e utilizado para canalizar e reter o Ch’i. É a cor do poder e da protecção. Representa energia e é a cor que transmite maior dinamismo e força, sendo por isso tão recorrentemente utilizada pelo Feng Shui. Embora uma sala toda pintada de vermelho se torne excessiva, incluir esta cor na decoração, por exemplo em cortinados, num sofá ou tapete, tem uma poderosa influência transmitindo energia aos moradores. O ideal é que seja utilizada em ambientes que tenham como objectivo a interacção entre pessoas.

Púrpura - como se trata de vermelho profundo, há quem diga, que traz mais sorte que o original. Inspira respeito, o Ch’i está associado à alta nobreza, indivíduos poderosos, ricos e afortunados. É uma cor propícia para um espaço de relaxamento e de meditação. Deve ser usada de forma moderada.

Amarelo - amarelo ou dourado representa poder, dá senso de tolerância, paciência e sabedoria obtida através da experiência. O amarelo e todos os tons de terra fomentam a ligação à Terra e são muito favoráveis para reforçar os sentimentos de segurança e estimular a saúde. Seu uso melhora a concentração e a facilidade de comunicação.

Verde - tranquilidade, esperança e frescor. Cor do elemento vital madeira, simboliza a natureza. Indica o Ch’i da terra saudável. Simboliza os novos começos, a Primavera. É uma boa cor para utilizar quando se pretende fazer um corte com o passado ou quando se quer começar uma nova vida, pois protege os recomeços. Remete para a pureza, limpeza, e abertura para novas possibilidades e oportunidades.

Azul - está associada ao conhecimento, representa o céu e simboliza a vida. Pode simbolizar crescimento e esperança. Por outro lado é uma cor fria e secundária da lamentação. Uma parede desta cor desenvolve a capacidade de concentração e de reflexão, transmite esperança e confiança. É uma cor particularmente adequada para espaços de trabalho e de estudo. Deve-se usar o azul em ambientes que visem descanso e tranquilidade, como quartos e sala de meditação.

Azul-Esverdeado - mais próximo das cores da natureza do que o próprio azul e em geral representa os anos verdes da juventude.

Preto - do lado positivo, dá uma sensação de profundidade, transformando o ambiente num espaço de contemplação. No negativo significa falta de esperança, faz-nos abatidos e deprimidos. É a cor da autoridade e do poder. Não deve ser utilizado de forma excessiva, pois absorve a luz e a energia, mas impõe o respeito dos outros. O seu uso em paredes não é recomendado para ambientes internos.

Branco - associada à purificação e à clareza de espírito.

Cinza - uma cor com significados opostos. Alguns vêem com um dia nublado e sombrio, associado à frustração e falta de esperança. Entretanto pode ser considerado casamento de opostos: preto e branco e neste caso significa equilíbrio e solução de conflitos. Deve ser usado com moderação, pois simboliza a neutralidade, mas pode ser uma cor protectora e é favorável para espaços secretos onde se guardam coisas privadas.

Castanho - simboliza a profundeza e as raízes da madeira. Dá a sensação de peso, mas pode ser utilizada para sugerir estabilidade. Castanho é sóbrio e elegante. Podemos nos lembrar também da passagem do tempo, leva-nos ao Outono, quando as folhas ficam castanhas e caem.

Castanho-Amarelado - representa um novo começo bem sucedido. Após tudo parecer sem esperanças, surgem novas possibilidades.

Laranja - por ser uma mistura de vermelho e amarelo, empresta as características destas cores, felicidade e poder. Com o devido cuidado, pode ser aplicado nos quartos, principalmente de adultos e de preferência na parede atrás da cama.

Rosa - representa o amor e os sentimentos puros, alegria, felicidade e romance. Pode ser utilizada para fomentar o romance. É ainda uma cor protectora da maternidade.

Pêssego - é uma cor com duplo significado e representa amor e atracção. Cor favorável para os solteiros, mas destrutiva para casais. Para o solteiro influenciado com esta cor é sociável, faz muitos amigos. Para os casados leva ao adultério.


As cores relacionadas aos guás, que poderão ser utilizadas para harmonização da área a ser activada.

Trabalho - Preto
Influenciada pela simbologia do elemento água que rege este guá. Cor encontrada nas profundezas de mares e rios.

Espiritualidade - Azul
Relacionada ao céu que acalma e relaxa, condições que necessitamos para chegar a uma verdadeira busca interior.

Família - Verde
É considerada pelos chineses como a cor para representar o despontar da vida.

Prosperidade - Púrpura
Esta cor só era obtida na antiguidade através de pigmentos caros e muito raros, por isso relaciona-se o roxo ao sentido de riqueza e abundância.

Sucesso - Vermelho
Este guá é regido pelo elemento fogo. Considerando que a luz clareia a escuridão, essa cor foi associada a valores elevados, reputação e brilho.

Relacionamento - Rosa
A cor rosa simboliza a qualidade das relações amorosas, acalma e tranquiliza sem a frieza do azul (cor que tem as mesmas características).

Criatividade - Branco
Representa o vazio, que está receptivo a novas ideias e a projectos para o futuro.

Amigos - Cinza
A mistura do branco (cor do guá anterior - criatividade) e do preto (cor do guá posterior - trabalho) obtemos o cinza e representa o início da noite.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Curiosidades

Psicologia das cores

Na cultura ocidental, as cores podem ter alguns significados, alguns estudiosos afirmam que podem provocar lembranças e sensações às pessoas.

  • Cinza: elegância, humildade, respeito, reverência, sutileza;
  • Vermelho: paixão, força, energia, amor, liderança, masculinidade, alegria (China), perigo, fogo, raiva, revolução, "pare";
  • Azul: harmonia, confidência, conservadorismo, austeridade, monotonia, dependência, tecnologia, liberdade, saúde;
  • Ciano: tranquilidade, paz, sossego, limpeza, frescor;
  • Verde: natureza, primavera, fertilidade, juventude, desenvolvimento, riqueza, dinheiro, boa sorte, ciúmes, ganância, esperança;
  • Roxo: velocidade, concentração, optimismo, alegria, felicidade, idealismo, riqueza (ouro), fraqueza, dinheiro;
  • Magenta: luxúria, sofisticação, sensualidade, feminilidade, desejo;
  • Violeta: espiritualidade, criatividade, realeza, sabedoria, resplandecência, dor;
  • Alaranjado: energia, criatividade, equilíbrio, entusiasmo, ludismo;
  • Branco: pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade, rendição, união;
  • Preto: poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo, anonimato, raiva, mistério, azar;
  • Castanho: sólido, seguro, calmo, natureza, rústico, estabilidade, estagnação, peso, aspereza.


Cores e suas ligações com o mundo místico

Da mesma forma com que na cultura ocidental as cores são relacionadas a alguma virtude ou valor, no oriente elas são ligadas diretamente a armadilhas. Os japoneses, principalmente, criaram um sistema de cores e armadilhas para tentar se aproximar do conhecimento absoluto, visto que, quando algum desastre natural ocorria, era relacionado aos deuses.

  • Cinza: Veneno;
  • Vermelho: Chamas, combustão espontânea;
  • Azul: Enchentes, alagamentos e grandes chuvas;
  • Ciano: Chuva. Não definido ainda como sendo um desastre ou alguma dádiva;
  • Verde: Seca e desastres relacionados às florestas;
  • Roxo: Perda de habilidade. Hoje isso é explicado pela falta de treino;
  • Magenta: Hipnose, perda da sanidade mental;
  • Violeta: Dor;
  • Alaranjado: Assim como o vermelho, ligado ao fogo e à ignição;
  • Branco: Solidão. A morte de entes queridos por acidentes era relacionado a algum feito de uma pessoa que fora vingado por um deus matando alguém próximo;
  • Preto: Destruição em massa. Geralmente relacionado a doenças;
  • Castanho: Vida. A única cor que incita a paz e a prosperidade;

Modelo LAB

As cores podem ser percepcionadas de modo diferente de acordo com os indivíduos e podem ser reproduzidas de modo diferente de acordo com os equipamentos de reprodução.
A Commision Internationale de L'Eclairage (CIE), formada para tentar padronizar a medida de cores, definiu padrões que permitem definir uma cor independentemente dos periféricos utilizados e definiu critérios baseados na percepção da cor pelo olho humano, graças a um triplo estímulo. No início do século XX realizaram-se muitas pesquisas de forma a se chegar a um modelo de cor para ser utilizado de acordo com a tecnologia. Em 1931, a CIE elaborou o sistema colorimétrico XYY, que representa as cores de acordo com a sua cromaticidade (eixos x e y) e a sua luminância (eixo y). O diagrama de cromaticidade (ou diagrama cromático), com origem numa transformação matemática, representa na periferia as cores puras, ou seja as radiações monocromáticas que correspondem às cores do espectro (cores do arco-íris), localizadas pelo seu comprimento de onda.
No entanto, este modo de representação meramente matemático não tem em conta factores fisiológicos de percepção da cor pelo olho humano, o que resulta num diagrama de cromaticidade que deixa, por exemplo, um espaço demasiado largo para os verdes.
Em 1976, esse modelo de cores foi refinado para proporcionar cores consistentes, independentes das características de qualquer componente de hardware. Para resolver as lacunas do modelo XYY, o modelo de cores original foi ajustado e chamado de CIE Lab. O modelo de cor Lab baseia-se na maneira pela qual a cor é percebida pelo olho humano. Foi criado para proporcionar cores consistentes, independentemente do tipo de monitor ou impressora utilizado; isso chama-se independente de dispositivo (device-independent-color). A cor independente de dispositivo não é afectada pelas características de qualquer componente de hardware. O modelo Lab (também conhecido sob o nome de CIELab), uma cor é localizada por três valores:
– L, a luminosidade, expressa em percentagem (de 0 para o preto a 100 para o branco)
– a e b duas gamas de cor, cromoticidade, que vão respectivamente do verde ao vermelho e do azul ao amarelo com valores que vão de -120 a +120

A luminosidade está completamente separada da cromoticidade, tem a vantagem de poder retocar detalhes mais facilmente. Tem cromoticidade uniforme, ou seja, todas as cores estão uniformente distribuídas. O modelo Lab reproduz os contrastes naturais da visão humana. O (a) corresponde ao contraste do vermelho–verde e (b) ao do azul–amarelo.
Como modelo de cores Lab tem base na percepção humana da cor, os valores numéricos no Lab descrevem todas as cores vistas por uma pessoa com visão normal. Os sistemas de gerenciamento de cores usam o Lab como uma referência de cores para transformar uma cor de um espaço de cores em uma cor de outro espaço de cores, de maneira previsível.
Embora não seja usado com tanta frequência quanto os outros modelos, o modelo de cores Lab pode-se ser útil em certas situações de edição de cores, sendo até essencial para alguns programas. No Photoshop, por exemplo, é utilizado para converter de um modo de cor para outro. Quando o Photoshop converte de RGB para CMYK, primeiro ele converte para Lab e, a seguir, de Lab para CMYK. Uma razão para isso é que a gama de cor Lab abrange as gamas de cor RGB e CMYK.
O modelo Lab cobre assim a integralidade do espectro visível pelo olho humano e representa-o de maneira uniforme. Permite descrever o conjunto das cores visíveis, independentemente de qualquer tecnologia gráfica. Compreende a totalidade das cores RGB e CMYK, é a razão pela qual softwares como o Photoshop utilizam este modo para passar de um modelo de representação a outro.
As cores equidistantes neste espaço são percebidas também como equidistantes (aproximadamente). O sistema CIE Lab estabelece coordenadas uniformes no espaço tridimensional de cor.
As coordenadas Lab são definidas em relação a um branco de referência (em geral o illuminante CIE standard D50).
Pode-se usar esse modelo para trabalhar com imagens, editar independentemente a luminescência e os valores de cor de uma imagem, mover imagens entre sistemas e imprimir em impressoras PostScript. Para imprimir imagens Lab deve-se primeiro converter para CMYK.

Separação de cores Lab

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Modelos de Cor

Os modelos de cor derivados da experiência do dia-a-dia utilizados em artes visuais são subjectivos dado que dependem de múltiplos factores tais como o juízo pessoal e diferenças fisiológicas dos observadores. Estes modelos são ainda dependentes da situação concreta em que são realizadas as avaliações, a iluminação do objecto e a iluminação geral, o contexto em que a cor é avaliada e o tamanho da amostra de cor fazem variar a sua percepção.

Tendo em conta a teoria dos três estímulos, é lógico que qualquer modelo de cor deverá possuir três parâmetros. O problema essencial da modelação da cor está na definição de que grandezas devem ser associadas a cada um dos três parâmetros. O que dá origem à existência de vários sistemas de cor.
A luz emitida segundo um comprimento de onda preciso produz uma cor pura do espectro visível. Na realidade as fontes de luz emitem-na com uma determinada energia em muitos comprimentos de onda numa gama centrada à volta de um comprimento de onda dominante.

A teoria dos três estímulos parece indicar que bastará emitir três cores primárias que sejam detectáveis pelos três tipos de cones da retina para que se possam reproduzir todas as cores visíveis, variando simplesmente a proporção das quantidades de luz emitida por cada uma das fontes primárias. Estas proporções seriam determinadas pelas curvas de resposta característica de cada um dos três tipos de cones. Na prática, as três cores primárias emitidas, por exemplo, por cada um dos tubos de raios catódicos de um monitor (vermelho a 700 nm, verde a 546 nm e azul a 436 nm) não correspondem às cores detectadas pelos cones. Há então que modificar as funções peso aplicadas a cada uma das componentes primárias emitidas. Estas novas funções peso apresentam valores negativos em algumas gamas de comprimento. Isto significa que, com um monitor, não é possível reproduzir todos os comprimentos de onda de luz visível, isto é, não é possível reproduzir todas as cores do espectro visível pela combinação ponderada de luzes vermelha, verde e azul. Existem portanto cores que não podem ser simplesmente reproduzidas em monitores a cores pela adição ponderada das cores vermelha, verde e azul.

MODELO CIE
A incapacidade de modelos baseados na mistura de cores vermelhas, verdes a azuis poderem representar todas as cores do espectro visível levou a que a CIE (Commission Internationale de l’Éclairage) criasse em 1931 um modelo com três cores primárias denominadas X, Y e Z, que substituíam as cores primárias vermelha, verde e azul, e que possuíam funções peso (ou de mistura) de X, Y e Z, intrinsecamente positivas e tais que passasse a ser possível representar todas as cores do espectro visível. Estas funções x, y e z, são chamadas funções de ajustamento da cor ou CMF, Colour Matching Functions e foram calculadas a partir das funções de mistura para as cores vermelha, verde e azul e apresentam a particularidade de a função Y se encontrar ajustada à resposta combinada do olho humano em função do comprimento de onda.

Funções CMF X, Y, Z


Pela transformação de RGB para o espaço X, Y, Z é possível obter as quantidades de luz vermelha (700 nm), verde (546 nm) e azul (436 nm) necessárias para reproduzir qualquer cor do espectro visível a partir das cores primárias CIE. No entanto, nesta representação existem gamas de comprimento de onda em que as quantidades são negativas o que confirma a impossibilidade de os monitores a cores poderem reproduzir fielmente todas as cores do espectro visível.

Quantidades RGB necessárias para reproduzir todas as cores do espectro visível.
Note-se a existência de quantidades negativas


Luz detectada proveniente de uma superfície iluminada pelo iluminante D65 (a). A reflectividade da superfície (b) dá origem à luz reflectida (c) que, ponderada pelas funções CMF (d), resulta nos três estímulos detectados (e)

As funções CMF permitem também calcular a luz detectada pelos cones. A figura acima apresenta o exemplo do que acontece à luz emitida pelo iluminante D65 quando incide numa superfície não emissora e cuja reflectividade depende do comprimento de onda. A luz reflectida pela superfície apresenta um espectro muito diferente do espectro da luz nela incidente. Ponderando esta luz reflectida pelas funções CMF, obteremos então os valores dos três estímulos correspondentes à luz reflectida pela superfície.
Se A, B e C forem os pesos de cada uma das três cores primárias CIE, teremos que, para a cor D, será
D = AX + BY + CZ

O sub espaço contendo todas as cores visíveis está então localizado no octante em que as coordenadas A, B e C do espaço X,Y,Z são positivas, pois os valores das funções de ajuste são intrinsecamente positivas. Este sub espaço apresenta a forma de um cone com o vértice na origem do espaço X,Y,Z e uma secção em forma de ferradura.

Espaço de cor CIE

O modelo CIE define também uma luz branca de referência, o chamado iluminante C, que corresponde à luz solar quando emitida à temperatura de referência de 6774 K.

O diagrama CIE de cromaticidade representado na figura abaixo, apresenta todos os valores de cromaticidade para as cores visíveis dado que a todos os pontos com valores iguais de cromaticidade, mas de diferentes intensidades luminosas, corresponde um único ponto neste diagrama. As cores puras do espectro visível encontram-se localizadas sobre a parte curva do limite do diagrama, com a fonte de luz branca referência localizada no seu interior num ponto cujas coordenadas são, aproximadamente, de 1/3. As cores puras visíveis que não existem no espectro visível, como a cor magenta, encontram-se localizadas sobre o segmento de recta que une os extremos do arco em forma de ferradura.

Diagrama CIE de cromaticidade

O diagrama de cromaticidade apresenta algumas propriedades das quais a mais relevante é a sua linearidade. Assim, um segmento de recta que una os pontos representativos de duas cores representa todas as cores possíveis de obter pela mistura dessas duas cores em quaisquer proporções. As proporções de mistura correspondentes à cor de um ponto localizado sobre esse segmento podem ser calculadas a partir da chamada regra da alavanca. Quando essas duas cores forem o iluminante branco de referência e uma cor pura, o quociente entre a distância da cor resultante à cor pura e a distância da cor pura ao iluminante de referência corresponde à saturação da cor. O comprimento de onda dominante desta cor é o comprimento de onda característico da cor pura correspondente. Outra consequência da linearidade respeita à adição de duas cores de igual saturação localizadas sobre uma linha que contem o ponto representativo da cor branca e que se localizam de lados diferentes da linha relativamente à cor branca. A adição dessas duas cores produz luz branca e, portanto, as duas cores são complementares.
A linearidade do diagrama CIE de cromaticidade permite também a visualização das gamas de cor disponíveis nos dispositivos de saída gráfica. Com efeito, se representarmos no diagrama as três cores primárias típicas de dispositivos como monitores a cores, obtemos um triângulo completamente inscrito dentro do diagrama. Qualquer que seja o triângulo considerado, este nunca poderá compreender todos os pontos interiores do diagrama CIE de cromaticidade. Demonstra-se assim que os dispositivos de saída gráfica do tipo monitor a cores e baseados nas três cores primárias vermelha, verde e azul, nunca poderão reproduzir todas as cores visíveis. Por outro lado, comparando as gamas de monitores a cores com as gamas de impressoras a cores, verifica-se que estas últimas estão normalmente contidas dentro daquelas, o que significa que existem cores que é possível apresentar em monitores a cores, mas que não podem ser reproduzidas por impressoras a cores. Isto implica que as impressoras a cores não podem reproduzir uma imagem tão fielmente como um monitor a cores e, portanto, é necessário ou proceder à redução de cor na impressão para o papel ou utilizar uma gama de cores reduzida nos monitores para que exista um correspondência o mais fiel possível.
Um espaçamento uniforme de cores no espaço de percepção não corresponde a um espaçamento uniforme em termos de comprimento de onda. Para resolver este problema, o modelo CIE foi objecto de várias alterações, entre as quais as que resultaram no modelo CIE LUV de 1976.

MODELO RGB
O modelo RGB é um modelo de cor concebido com base nos dispositivos de saída gráfica com três cores primárias: vermelho, verde e azul. A sigla RGB deriva da junção das primeiras letras dos nomes destas cores primárias em língua inglesa: Red, Green e Blue. O modelo RGB descreve as cores como o resultado da adição das três cores primárias, cada uma delas com uma intensidade que pode variar entre 0 e 1. O valor 1 corresponde à intensidade máxima com que a cor pode ser apresentada e o valor 0 à intensidade mínima. A cor branca corresponde à representação simultânea das três cores primárias, todas à sua intensidade máxima, e a cor preta à cor que é obtida quando todas as cores primárias apresentam intensidade mínima (0). O modelo RGB está intimamente associado às superfícies emissoras de luz. É por esta razão que este modelo é o modelo quase universalmente empregue pelos equipamentos que manipulam a emissão de luz, tais como os monitores e os televisores a cores. Os filmes fotográficos e cinematográficos, e os registos em vídeo empregam também o modelo RGB no seu funcionamento. O modelo é omisso quanto ao que é uma cor primária pura, ou seja, não define qual o comprimento de onda a que corresponde cada uma das três cores primárias. Esta omissão tem consequências na reprodução da cor. Com efeito, verificam-se variações sensíveis de monitor para monitor e, no caso dos televisores, a publicidade menciona muitas vezes a expressão “cores mais naturais”.
Os três parâmetros do modelo RGB, as intensidades das três cores primárias do modelo, definem um espaço tridimensional com três direcções ortogonais (R, G e B). As cores deste espaço existem no sub espaço em que 0 ≤ (R,G,B) ≤ 1. Este sub espaço corresponde a um cubo de aresta unitária em que o vértice de coordenadas (0,0,0) representativo da cor negra coincide com a origem do espaço e o vértice representativo da cor branca corresponde ao ponto de coordenadas (1,1,1), tal como apresentado na figura.

Espaço de cor RGB

A cada uma das três cores primárias puras corresponde um dos vértices do cubo localizados sobre os eixos do espaço, em que apenas uma das coordenadas não é nula. As cores complementares principais (magenta, amarelo e cião) situam-se nos três vértices restantes e correspondem à adição de duas cores primárias. Os tons de cinzento correspondem aos pontos situados sobre a diagonal principal em que as três componentes apresentam a mesma intensidade.
A designação de cor complementar atribuída ao amarelo, cião e magenta provém da sua localização em vértices do cubo do espaço RGB de cor que são opostos aos vértices das cores primárias (vermelho para o cião, verde para o magenta e azul para o amarelo) e do facto da adição da cor complementar à respectiva cor primária resultar sempre a cor branca.
Tradicionalmente, as implementações do modelo RGB nos sistemas gráficos empregam valores inteiros entre 0 e 255 para exprimir o valor da intensidade de cada componente em vez de valores reais normalizados entre 0 e 1. Esta idiossincrasia teve origem no facto de o processamento de valores inteiros ter sido muito mais rápido do que o processamento de valores reais nos primeiros sistemas gráficos, além de que a notação com inteiros ser mais simples de escrever e apreender do que a notação com valores reais fraccionários. A discretização em 256 valores de intensidade é mais do que suficiente para o olho humano dado que este consegue distinguir entre um mínimo de 16 intensidades na zona do azul e um máximo de 23 intensidades na zona do amarelo.

MODELO CMY
O modelo CMY é um modelo de cor baseado nas cores complementares: cião, magenta e amarelo. A sigla CMY provém da junção da primeira letra dos nomes destas cores em língua inglesa: Cyan, Magenta e Yellow.
O modelo CMY tem por base os fenómenos que se verificam quando a luz incide em superfícies. Estas podem absorver, reflectir ou refractar a luz de forma desigual consoante o comprimento de onda. Quando uma luz branca incide sobre uma superfície, existem gamas de comprimento de onda em que a luz é absorvida pela superfície, em que a absorção depende de várias características das superfícies como natureza do material, rugosidade, forma da superfície, etc. A luz correspondente às gamas de comprimento de onda não absorvidas é, em geral, reflectida. A nossa percepção visual da cor da superfície é dada pela cor dessa luz reflectida. Assim, quando a luz natural incide numa superfície que absorve os comprimentos de onda na zona do vermelho, a luz reflectida não terá quaisquer componentes nessa gama e será constituída por apenas verdes e azuis, ou seja, o olho humano detectará a superfície como sendo da cor cião. De igual modo, o olho humano percepcionará uma superfície como sendo de cor vermelha se esta absorver comprimentos de onda situados na zona do verde e do azul.
Esta subtracção (por absorção) da luz em determinados comprimentos de onda é a razão pela qual o modelo CMY é também designado por modelo subtractivo da cor, em oposição ao modelo RGB que é designado por modelo aditivo da cor. As cores cião, magenta e amarelo são designadas por cores primárias complementares ou cores primárias subtractivas dada a forma como resultam da subtracção do, respectivamente, vermelho, verde e azul à cor branca.
O espaço CMY pode ser construído da mesma forma que é construído o espaço RGB. As coordenadas do espaço CMY passam a ser as cores primárias subtractivas e, tal como para o espaço RGB, as intensidades de cada componente estão normalizadas num intervalo entre 0 (ausência da componente) e 1 (componente na sua intensidade máxima). As cores ficarão então localizadas dentro de um sub espaço com a forma de um cubo, o cubo CMY.
Quando a intensidade de uma componente CMY é nula, a cor aditiva primária que a complementa não é absorvida e é totalmente reflectida. Se isto se passar com todas as componentes CMY, ou seja, a cor CMY tem como componentes (0,0,0) e isto significa que toda a luz branca incidente é reflectida e a superfície é percepcionada como sendo branca.
De modo semelhante, quando uma componente CMY tem a intensidade máxima (1), a cor aditiva primária complementar é totalmente absorvida. Quando todas as componentes CMY apresentarem intensidade máxima (1,1,1), as cores aditivas primárias complementares correspondentes serão totalmente absorvidas e, consequentemente, a superfície será percepcionada como sendo de cor preta, dado que não reflectirá qualquer luz.
Quando a luz reflectida por uma superfície apresenta a máxima intensidade para o cião (o vermelho é absorvido) e para a cor magenta (o verde é absorvido) e nula para o amarelo significa que a superfície tem cor azul. Resultados idênticos podem ser obtidos para as cores primárias aditivas verde e vermelho quando se consideram os pares magenta e amarelo e cião e amarelo, respectivamente. As cores primárias aditivas são então produzíveis pela adição de duas cores subtractivas primárias.

Espaço de cor CMY

O cubo CMY tem a cor branca (0,0,0) na origem e a cor negra (1,1,1) no vértice oposto. As cores primárias subtractivas estão localizadas no cubo CMY nos vértices deste cubo localizados sobre os eixos do espaço CMY, à distância de uma unidade da origem. Os restantes três vértices correspondem à localização das cores aditivas primárias.

As impressoras a cores empregam o modelo CMY por deposição sobre o papel de tintas correspondentes às cores primárias complementares. Tal como no modelo RGB, o modelo CMY também não define os comprimentos de onda das cores primárias pelo que a reprodução da cor está dependente das tintas empregues e poderá variar de impressora para impressora devido à dificuldade adicional da fabricação de tintas cujas cores correspondam exactamente às cores primárias subtractivas. Por outro lado, a deposição de três tintas correspondentes às cores primárias subtractivas não consegue produzir uma cor negra porque a absorção da gama de comprimentos de onda da luz incidente a ser absorvida por cada tinta não é total. A solução para este problema foi adicionar uma tinta de cor negra que permite obter uma cor negra muito mais correcta.

Adaptado de http://www.visual.pro.br/cg1/pdf/capitulocores.pdf

Percepção da Cor

As características do olho humano têm consequências na percepção da forma dos objectos e na sua cor. A primeira consequência é em relação à capacidade de distinção entre cores puras próximas. Esta capacidade de discriminação está relacionada com a grandeza absoluta e relativa das respostas produzidas por cada tipo de cone a cada comprimento de onda. Estas afectam a diferença que deve existir entre dois comprimentos de onda próximos para que as respectivas cores, embora semelhantes, possam ser percepcionadas como cores diferentes. O resultado desta discriminação variável em função do comprimento de onda é o número de cores puras distintas que, no total, o olho humano é capaz de discriminar e que corresponde a 128 cores. Por outro lado, uma análise das respostas combinadas dos três tipos de cones da retina leva-nos a considerar que deverá existir maior facilidade de discriminar entre cores sombreadas na zona do amarelo e uma menor facilidade na zona do azul. Experiências realizadas permitiram determinar que o olho humano consegue distinguir um máximo de 23 cores sombreadas na zona do amarelo e 16 cores sombreadas na zona do azul. Como o olho humano consegue igualmente distinguir entre cerca de 130 níveis de saturação, é fácil então concluir que o olho humano é capaz de discriminar cerca de 380 000 (12823130) cores diferentes. A visão central detecta movimentos dos objectos e é muito mais sensível aos seus pormenores. A sensibilidade aos pormenores dos objectos é essencial para a detecção das formas destes através do reconhecimento das arestas que, por sua vez, desempenha um papel importante no subsistema inconsciente responsável pela focagem do olho. A visão periférica apenas detecta formas difusas e movimentos de modo grosseiro. Esta última função está relacionada com a detecção de movimentos susceptíveis de colocar em perigo a segurança dos indivíduos. A informação de cor produzida pelos cones não é suficiente para a detecção das arestas e formas dos objectos, mas pode reforçar positivamente a informação proveniente dos bastonetes quando, por exemplo, existam diferenças de cor em torno das arestas. No entanto, em situações em que a diferença de cor entre objectos não é facilmente perceptível, a informação de cor proveniente dos cones tem o efeito de dificultar a percepção de arestas e formas em vez de a facilitar. É por esta razão que a detecção visual de objectos distantes no alto mar, onde não existem difenças de cor significativas, é confiada a indivíduos daltónicos, porque não detectam tons de verde ou de vermelho, recebem menos informação de cor e são consequentemente menos confundidos.

Que estranho!

"Que estranho! No meu computador estava azul, não percebo..."

Quanto de nós não ouviram já frases deste género. São nestas situações que geram a maior parte das vezes conflitos e problemas entre cliente-gráfica. O cliente cria um trabalho todo bonito, ao visualizar no seu computador está impecável, melhor até faz uma impresssão a cores na sua impressora "XPTO" não postscript e melhor o trabalho está lindo. E depois??? Depois é que começam as dores de cabeça, quando o operador de pré-impressão recebe o trabalho, das duas uma, ou já conhece o cliente e sabe muito bem o tipo de trabalho que quer ou então, é a primeira vez que trabalha com este cliente e anda aos papéis, como se costuma dizer. Ao abrir os ficheiros há que verificar se as imagens estão em RGB e convertê-las para CMYK, temos logo o primeiro problema se o nosso perfil de cor para conversão não for o mais apropriado, podemos converter uma linda foto para uma linda porcaria. Verificar se as cores usadas no trabalho estão correctas e correspondem às cores de impressão, ou seja por exemplo, para trabalhos CMYK não posso ter spot colors ou pantones. Temos mais um problema, quando se usam determinadas cores pantones que tem brilhos mais intensos e pretendemos que o trabalho seja impresso em quadricromia, essas cores podem muitas vezes perder o seu brilho, porque o CMYK não o consegue reproduzir. E podiamos ficar aqui a enumerar mais situações específicas, mas penso que estas são as principais.
E agora? Solução?
Pois, sinceramente, penso que há umas quantas soluções que resolvem problemas, mas uma solução definitiva que resolva completamente o problema, acho que infelizmente não há.
Primeiro nestes casos, tem que haver uma linguagem comum entre cliente e gráfica. Se o cliente não sabe distinguir RGB de CMYK ou qual a diferença de usar Pantones ou imprimir em quadricromia, temos logo à partida maior dificuldade de resolução do problema. Quantas vezes ao longo anos da minha vida profissional já não tive que dar "aulas" de cor ao clientes, principalmente a jovens designers que acabaram o curso recentemente ou a "paraquedistas" a pensarem que são designers. Antes de começar qualquer trabalho verificar sempre os ficheiros do cliente, se existem erros graves, deve-se imediatamente avisar o cliente antes de avançar mais na fase de produção. O ideal seria que a linguagem informática da empresa fosse a mesma, quero dizer, o ideal é que todos os equipamentos, computadores, impressoras, plotters, CTPs, tivessem o mesmo perfil de cor. Não sendo possível, ter prova de cor (ozalide) o mais próximo possível da impressão offset. Assim quando o cliente aprova a nossa prova, garantimos que a impressão final seja o que o cliente pretende. Por último, sendo um ponto discutível, mas eu particularmente defendo em casos especiais, o cliente aprovar o trabalho na máquina. Se o trabalho exige qualidade ou ter uma tonalidade específica, nada melhor que ser o cliente a dar a aprovação final. Porque a minha sensação de cor como é subjectiva, não é igual à do impressor, do chefe de impressão, do encarregado geral e muito menos a do cliente, é ele que tem de sentir a sua sensação de cor no trabalho final.

Ao longo destas últimas semanas tendo andado a pensar e a estudar este problema da reprodução da cor e como já referi a conclusão que chego é que infelizmente não há uma solução que resolva o problema completamente. Os nosso olhos são estimulados pela luz que por sua vez vão dar a informação ao nosso cérebro, mas até agora ainda não existe equipamento que consiga reproduzir a cor da mesma forma. Quer estejamos a trabalhar em luz ou pigmento, porque segundo a Teoria Tricromática devemos ter 3 primárias, mas 3 primárias ideais ou não existem ou são demasiado dispendiosas para uso comercial. Como forma de tentar resolver o problema foram criados mais espaços de cor, mas todos eles ainda apresentam falhas. E quando chegamos ao pigmento continuamos ainda com problemas, porque até posso ter uma excelente conversão de RGB para CMY, mas o que é suposto na tinta CMY ser absorvido no comprimento de onda não acontece. Depois ainda posso ter densitometros, espectrofotometros para medir as cores e controlando a sua reprodução.
Resumindo eu tenho uma sensação de cor, mas se a quero reproduzir parece que tenho de confiar mais no meu instinto e experiência do que no equipamento. Mas, claro, se tiver equipamento bem calibrado, com perfis de cor adequados, será uma grande e importante ajuda.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Desabafo

Já o disse que não consigo imaginar a minha vida sem cores. Até sendo um bocado sinestésica seria um bocadinho difícil não ser assim. Mas há dias em que só apetece em não pensar em cor, talvez só sentir. Porque ter sensação de cor, sonhar a cores, imaginar tudo a cores, é uma coisa, agora ter que pensar, analisar e definir cor pode ser um bocadinho cansativo e esgotante. Mas escolhemos a nossa profissão na área da cor, temos que aprender a viver com isso.
Lembro-me aqui há uns anos que tentava fazer a saída de um rótulo de leite infantil do CorelDraw, em que a imagem principal era um pato amarelo. Podem não acreditar mas andei dias a sonhar com o madilto pato amarelo, parecia perseguição. Tudo porque o dito pato na impressão da prova de cor e fotolito fazia transparência no amarelo e o desenho das patas, asas e bicos que deveria estar escondido com o corpo do pato via-se todo.
Ou então um desenho de boneca com umas tranças que teimava não ter a cor de cabelo escolhida pela criativa.
Ou então o folheto de uma loja de animais com promoção na comida para os canários e periquitos, que depois tido o trabalho de digitalizar todas as imagens fornecidas pelo cliente, sabe-se lá de onde e de ter feito as respectivas correcções, o simpático e ecologista cliente resolveu escolher um papel reciclado amarelado para o folheto. Papel amarelo, canários amarelos, periquitos azuis e verdes, imaginem o resultado. Era o trabalho na máquina de impressão offset e eu no Photoshop a fazer ajustes nas imagens para aquele papel. Estes ajustes foram tantos que se fossemos imprimir o trabalho num papel couché por exemplo, ninguém acreditaria que aquilo eram canários e periquitos.
E depois a informação que temos assimilar: RGB, CMYK, LAB, perfis de cor, calibrações, Pantones, tintas, pigmentos, temperaturas de cor, degradés, original de cor do cliente, etc. etc.
Há dias em só me apetece ficar num quarto em tons suaves e fechar os olhos e viajar no meu mundo de cores. É que essas eu tenho a certeza que são as correctas, são as minhas, são as minhas sensações de cor e de mais ninguém.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tabela de Munsell

Há muitos anos atrás quando inicei os meus estudos nas artes tive que fazer um exercício prático que consistia em criar uma tabela quadriculada em que partia de uma cor qualquer e à qual ia juntando pequenas quantidades de preto, de cada vez que juntava tinta preta pintava um quadrado da minha tabela. No final tinha, mais ou menos, um estudo do comportamento de uma cor com preto. Digo mais ou menos, porque na teoria o exercício era entendido, mas prática, estar a calcular pequenas percentagens iguais de guache preto que devia juntar à cor original, de forma a ter uma coerência no aumento do preto, era complicado. E a cor original? Se era composta tinha que calcular a quantidade suficiente que chegasse para o exercício todo, e se não me falha a memória acho que fiz com laranja, porque ter que ir fazer mais tinta a meio do exercício era o risco de não acertar mais no tom. Mas foi um exercício estimulante e acho que pela primeira vez começei a pensar mais na cor.
Anos mais tarde no começo da minha vida profissional deparava-me com o problema comum, saber qual a percentagem de CMYK de uma determinada cor de um original impresso. Com o conta-fios ia ver qual a trama das cores, mas pela falta de experiência a maior parte das vezes não conseguia perceber muito bem qual a percentagem correcta. Então recorria a um livro de apoio da empresa, melhor que o catálogo de Pantones, nesse livro por cada página existia a mesma quadrícula do meu exercício de pintura, mas neste caso impresso em off-set e com o mesmo princípio, ver a diferença de tonalidade de uma cor à medida que se aumenta ou diminui uma percentagem. Além das páginas com as cores CMY com o Preto, tem as páginas com as combinações possíveis das cores CMYK. Este livro ainda hoje é um excelente apoio de trabalho e ao longo destes anos tem servido para me tirar muitas dúvidas quando analiso um original impresso.

«Sobre a cor

No caso da cor-pigmento, uma cor é considerada pura se a concentração da substância-pigmento no meio que a contém for de 100%. Qualquer mistura com outro pigmento produzirá uma cor que não será reconhecida como a primeira, a menos que seja o branco a cor adicionada. Neste caso, é possível a construção de uma escala de tons para uma mesma cor – que vai da chamada cor saturada ao branco – correspondendo a concentrações da substância-pigmento de 100% até 0% à medida que se introduz criteriosamente mais branco à mistura. Os valores desta escala são chamados croma ou saturação, enquanto que o matiz é a qualidade que se reconhece na cor independentemente da saturação, que é a qualidade de ser vermelho, laranja, amarelo, verde, etc. Em termos de cor-luz o matiz é a percepção do comprimento de onda, ao passo que o croma é a percepção da razão entre a intensidade da luz no comprimento de onda em questão e o nível de branco do espectro.
Em 1898 o pintor norte-americano Albert J. Munsell criou um sistema de cores juntando um certo número de cromas que foram dispostos numa sequência de modo que parecessem igualmente espaçados. Em seguida escureceu cada um deles com uma pequena quantidade de preto, dando origem assim a um novo conjunto de tons muito parecidos com os anteriores, mas dando a impressão de terem menos luz. E assim prosseguiu, acrescentando à última sequência sempre uma mesma quantidade de preto, até atingir o escuro total. Com isto, cada matiz tornou-se perceptivamente comensurável através, de uma escala matricial de n cromas por m valores de luminância. Um elemento desta escala de luminância – uma escala na qual a energia luminosa é corrigida para compensar a variação da sensibilidade do olho com o comprimento de onda – foi chamado por Munsell de valor, simplesmente. Os pintores se referem a estes tons na progressão do escurecimento como uma escala de rebaixamento da cor. Os atlas modernos de cores baseados no sistema de Munsell, bastante difundidos entre pintores, trazem cerca de 60 matizes igualmente espaçados na gama visível, cada qual com 10 valores de croma por 9 valores de luminância, perfazendo um total de 5400 tons. Ainda que a metodologia de Munsell tivesse uma componente empírica bastante acentuada, o seu resultado foi de tal modo cartesiano que se evidenciava um sistema legítimo de ordenação das cores segundo a percepção. Munsell representa o equilíbrio da intuição com o conhecimento e a convivência possível da arte com a ciência.»


Fig. - Página de Munsell para o comprimento de onda de 550 nm

Teoria da Cor

Sabemos que a cor é um fenómeno subjectivo e individual, porque é criada no nosso cérebro quando o olho é estimulado pela luz emitida dentro espectro electromagnético visível (comprimento de onda entre 380 e 700nm). Quer dizer que um mesmo comprimento de onda pode ser intrepretado diferentemente por pessoas diferentes.

Sabemos que é na retina do olho humano que estão receptores responsáveis por captar e processar a informação visual que vai ser intrepretada pelo cérebro.
Sabemos que dos receptores que há dois que se destacam, os cones e os bastonetes. Sabemos ainda que os bastonetes são mais sensíveis à luz, enquanto que os cones às cores e que estes estão distribuídos essencialmente na fóvea (centro da retina) e que temos 3 tipos de cones (RGB) sensíveis a comprimentos de onda diferentes.

«A sensibilidade do olho à cor se dá através de pigmentos, sensíveis à luz, presentes nos cones, chamados de fotopigmentos. De acordo com a teoria tricromática ou dos três estímulos, de Thomas Young, a retina é formada por três tipos de fotopigmentos capazes de receber e transmitir três sensações distintas. Um dos grupos de fotopigmentos é mais sensível aos comprimentos de onda curtos; esses pigmentos não se sensibilizam por comprimentos de onda que excedam o valor de 5.29 x 10-7m.; possuem pico de resposta próximo a 4.45 x 10-7m.; motivo pelo qual são popularmente conhecidos com fotopigmentos azuis. Os outros dois grupos são mais sensíveis aos comprimentos de 5.35 x 10-7m. e 5.75 x 10-7m., mas esses, ao contrário dos azuis, são sensíveis também a todos demais comprimentos. Devido à sua maior sensibilidade para os comprimentos citados, eles são chamados de fotopigmentos verdes e vermelhos respectivamente: a denominação de vermelho não é muito apropriada já que 5.75 x 10-7m. se aproxima mais do amarelo. A figura mostra a sensibilidade relativa da visão para um suposto observador padrão, para diferentes comprimentos de onda, para um certo nível de iluminação. A sensibilidade do olho depende do comprimento de luz incidente; ela é máxima para comprimentos de onda de aproximadamente 5.60 x 10-7m., isto é, o sistema visual é mais sensível na parte central do espectro visível e se torna menos sensível na direcção das extremidades. Isso significa que, para serem percebidas, as cores azuis ou vermelhas devem ser bem mais intensas do que as amarelas ou verdes.»



Agora o que não sabemos é como o cérebro depois de receber estas informações dos fotoreceptores faz a interpretação da cor. E será que são só os cones os únicos receptores responsáveis pela captação da cor? A partir daqui ainda há um mundo a descobrir.
Mas como temos um princípio foram elaboradas teorias, que resumidamente nos dizem que a cor é o resultado da soma de 3 quantidades; 3 tipos de impulsos nervosos ou 3 tipos de informações.
Temos a Teoria Tricromática de Young-Helmoltz que nos diz que todas as cores são formadas a partir de 3 cores primárias.
Ou temos a Teoria das Cores Opostas que nos diz que a percepção das cores é feita pelos 3 tipos de contraste de cores, especificamente o
verde—vermelho; azul—amarelo e o branco—preto.
Estas teorias são explicadas pelos 3 tipos de cones diferentes, a sua sensibilidade específica aos comprimentos de onda e como são transmitidos os impulsos nervosos ao cérebro.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Visão em RGB

Afinal vejo em RGB...
Sempre soube que as cores se classificam a partir das cores primárias, se falamos de luz temos RGB (Red, Green, Blue) mas se falamos de pigmento temos CMY (Cian, Magenta, Yellow). Por defeito de profissão fui sempre classificando as cores em CMY, quando vejo um vermelho identifico-o logo como 100% Magenta + 100% Amarelo. Ou como quando comecei a trabalhar e ouvia dizer que o cliente queria o impresso em "azul esferográfica" que correspondia a 100% Cian + 70% Magenta. Até mesmo quando olho para o céu num dia claro e vejo as tonalidades variarem em percentagens de Cian, podendo algumas vezes terem um cheirinho de Magenta.
Mas o que eu não estava à espera era de saber que os dispositivos do nosso olho são em RGB, claro que era implicito para mim que na visão porque é estimulada pela luz as cores seriam classificadas em RGB logicamente, agora haver receptores no nosso olho em RGB foi uma novidade. Vamos então aprofundar melhor esta questão.

O olho humano tem a forma de um globo e está dentro de uma cavidade óssea, a órbita, e é protegido pelas pálpebras. Externamente tem seis músculos responsáveis pelos movimentos oculares. Cada olho é constituído por 3 túnicas (camadas): a Externa com função protectora e que são a córnea e a esclera; a Média com função vascular e é composta pela coróide, corpo ciliar e íris e finalmente a Interna com função nervosa e é a retina.
Na túnica Externa, chamada esclerótica (branco do olho), a esclera ocupa a maior parte, é opaca e nela estão inseridos os músculos extra-oculares que movem o globo ocular dirigindo-o para o objectivo visual. Na parte anterior está a córnea que é transparente e funciona como uma lente convergente.
Na túnica Média denominada de úvea temos a coróide que está localizada abaixo da esclerótica e é intensamente pigmentada porque estes pigmentos absorvem a luz que chega à retina e evitam a sua reflexão. Como é muito vascularizada a sua função é nutrir a retina. Temos também a íris que é dotada de um orifício central em que o seu diâmetro varia consoante a iluminação, a pupila. Assim nas sombras a pupila dilata enquanto que na claridade se contrai. Permitindo uma entrada de maior quantidade luz quando diâmentro de pupila aumenta em ambientes mal iluminados, quando pelo contrário em locais muito claros, o diâmentro diminui para evitar o ofuscamento e impedir que luz em excesso vá lesar as células fotossensíveis da retina. Resumindo regula a entrada de luz no olho a exemplo do diafragma de uma máquina fotográfica. Por fim temos o corpo ciliar que forma o humor aquoso que preenche a parte anterior do olho e que possui o músculo ciliar que sustenta o cristalino no lugar e altera a forma deste.


A túnica Interna é composta unicamente pela retina e é aqui que se formam as imagens do que vemos. Essencialmente a retina é composta por dois tipos de células sensíveis à luz, os cones e os bastonetes. A luz ao chegar à retina estimula os cones e bastonetes que por sua vez dão origem a ondas eléctricas que são transmitidas pelo nervo óptico até o cérebro, que na região responsável pela visão processa-se o fenómeno da formação de imagens. Cada olho recebe uma imagem e no entanto vemos os objectos como um só devido à capacidade de fusão das imagens numa única. A visão binocular, com os dois olhos, dá-nos uma maior campo visual e a noção de profundidade. Normalmente as imagens dos objectos que olhamos directamente formam-se na região da retina alinhada pela a linha que passa pela pupila e pelo centro do cristalino, pelo eixo do globo ocular. Essa região chama-se de fóvea e predominam os cones, as células mais sensíveis à visão das cores. A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e rica em detalhes. A fóvea é a região da retina altamente especializada pela visão em alta resolução, como contém apenas cones permite que a luz atinja os fotoreceptores sem passar pelas outras camadas da retina aumentando a acuidade visual. Há três tipos de cones: um estimulado pela luz vermelha (R), outro pela luz verde (G) e o terceiro pela luz azul (B).
O resto da retina praticamente só tem bastonetes que são sensíveis à luz. Nestes existe uma substância sensível à luz, a rodopsina e em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes.
Os cones encontram-se principalmente na retina central, cerca de 7 milhões por olho, enquanto que os bastonetes ausentes na fóvea estão distribuídos na retina periférica, cerca de 123 milhões. No fundo do olho está o ponto cego, insensível à luz. Aqui não há cones nem bastonetes e deste ponto cego saiem o nervo óptico e os vasos sanguíneos da retina.



Resumindo no nosso olho temos uns fotoreceptores denominados cones e que são responsáveis pela nossa visão a cores sendo divididos em três tipos: RGB. Cada tipo destes cones está especializado na absorção de um comprimento de onda específico correspondentes ao vermelho, verde e azul. Por isso os cones também podem ser classificados com SML (Short, Medium, Large) referentes ao número do comprimento de onda para as mesmas cores.
Assim as únicas cores captadas pelo nosso olho são estas três, sendo as restantes construídas pela retina. Curioso, não é? Afinal só vemos em RGB e o resto é composto depois.


«… Ora, não percebeis que com os olhos alcançais toda a beleza do mundo? O olho é o senhor da astronomia e o autor da cosmografia; ele desvenda e corrige toda a arte da humanidade; conduz os homens às partes mais distantes do mundo; é o príncipe da matemática, e as ciências que o têm por fundamento são perfeitamente correctas.
O olho mede a distância e o tamanho das estrela; encontra os elementos e suas localizações; ele… deu origem a arquitectura, a perspectiva, e a divina arte da pintura.
… Que povos, que línguas poderão descrever completamente a sua função! O olho é a janela do corpo humano pela qual ele abre os caminhos e se deleita com a beleza do mundo.»
LEONARDO DA VINCI 1452-1519

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A sensação

A cor é uma sensação... é subjectiva... individual... são definições correctas, mas quando falamos de bebés, como podemos fazer uma avaliação?
Quando estou a brincar com o meu filho mais novo tenho me deparado com alguns obstáculos em relação às cores. Como sempre trabalhei com cores, acho que para mim é um objectivo que os meus filhos saibam distinguir bem as cores. Foi assim com o mais velho que quando foi para o infantário aos 3 anos, sabia as cores todas e até fazia a distinção entre tonalidades, como a diferença entre o roxo e o lilás.
Com o mais novo, de quase 2 anos, também vou tentando ensinar as cores e o melhor momento é sempre no espaço de brincar. Aproveito aqueles brinquedos de peças que encaixam consoante as cores, para lhe ir ensinando, mas está um bocadinho difícil. Lá estou eu a dizer o Mickey é no vermelho, o Donald no azul, Pateta no verde, Minie no rosa e ele olha para mim com cara que não está perceber nada do eu estou a dizer e vai tentando encaixar as peças onde calha e nem seja à força, porque não estão sítio certo, lá vão entrando para dentro da caixa.
Agora a minha dúvida é, será que ele ainda não consegue entender a linguagem, a palavra "vermelho", "azul", "verde" ou será que os seus dispositivos fisiológicos ainda não estão devidamente preparados para ter a sensação de cor.
Alguém se lembra se sempre viu cores ou de quando teve a primeira sensação de cor? Eu não? Acho que o meu mundo foi sempre a cores, eu até sonho a cores, mas não umas cores quaisquer, são cores vivas, brilhantes. Nem consigo imaginar a vida sem cores.
Será que quando nascem os bebés já conseguem ter a sensação de cores ou é uma coisa que se vai adquirindo à medida que o seu sistema neurológico se desenvolve?
Claro que há estudos sobre isso (http://www.oftalmologia-pediatrica.eu/pagina,120,145.aspx), mas quem pode comprovar com 100% de certeza? Se num adulto já dizemos que a cor é subjectiva porque a sensação de cor que tenho pode não ser a mesma que o outro, como fazemos com os bebés que ainda não adquiriram o desenvolvimento na linguagem necessário para se exprimirem?
E eu lá vou dizendo "o Mickey é no vermelho", batendo palmas quando finalmente o pequenito encaixa a cara do Mickey na oval vermelha, sem saber se foi por tentativa, por associação, porque entendeu a minha linguagem ou se conseguiu ter a Sensação de Cor vermelha????????

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Cor

"O ser humano interpreta os efeitos da absorção dos fotões como algo a que chama luz. A cor é essencialmente um conceito subjectivo próprio do ser humano e consiste na interpretação que o sistema sensorial e o cérebro atribuem aos diferentes comprimentos de onda da luz recebida ao interpretarem os estímulos nervosos provocados pela absorção dos fotões da radiação electromagnética com comprimento de onda compreendido entre 350 e 700 nm."

A cor não é um fenómeno físico, mas sim subjectivo, a cor é uma sensação. A cor só existe no nosso cérebro porque foi estimulado sensorialmente por um estímulo, a luz. A cor sendo subjectiva logicamente é individual, duas pessoas que vejam a mesma cor no mesmo momento poderão ter interpretações diferentes, mas isto nunca poderá ser comprovado cientificamente. Não se poderá saber qual a interpretação do cérebro de outra pessoa.
A cor é assim uma manifestação do sistema sensorial que depende de três factores: Luz Física, Fisiologia do Olho e Funcionamento do Cérebro.
A luz física é o estímulo, que sendo captada pelo olho humano, dispositivo fisiológico que transforma luz em impulsos nervosos interpretados no cérebro dará origem à sensação de cor.

Porém a luz visível para o olho humano compreende só uma pequeníssima parte do espectro electromagnético. Que se situa entre os raios ultra-violeta e o raios infra-vermelhos, com um comprimento de onda entre os 380 e os 700nm. Dentro de esse espectro vísivel para cada comprimento de onda é associado uma cor. Ou melhor será dizer que ao sermos estimulados por um determinado comprimento de onda o nosso cérebro dará uma determinada sensação de cor.