terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Percepção da Cor

As características do olho humano têm consequências na percepção da forma dos objectos e na sua cor. A primeira consequência é em relação à capacidade de distinção entre cores puras próximas. Esta capacidade de discriminação está relacionada com a grandeza absoluta e relativa das respostas produzidas por cada tipo de cone a cada comprimento de onda. Estas afectam a diferença que deve existir entre dois comprimentos de onda próximos para que as respectivas cores, embora semelhantes, possam ser percepcionadas como cores diferentes. O resultado desta discriminação variável em função do comprimento de onda é o número de cores puras distintas que, no total, o olho humano é capaz de discriminar e que corresponde a 128 cores. Por outro lado, uma análise das respostas combinadas dos três tipos de cones da retina leva-nos a considerar que deverá existir maior facilidade de discriminar entre cores sombreadas na zona do amarelo e uma menor facilidade na zona do azul. Experiências realizadas permitiram determinar que o olho humano consegue distinguir um máximo de 23 cores sombreadas na zona do amarelo e 16 cores sombreadas na zona do azul. Como o olho humano consegue igualmente distinguir entre cerca de 130 níveis de saturação, é fácil então concluir que o olho humano é capaz de discriminar cerca de 380 000 (12823130) cores diferentes. A visão central detecta movimentos dos objectos e é muito mais sensível aos seus pormenores. A sensibilidade aos pormenores dos objectos é essencial para a detecção das formas destes através do reconhecimento das arestas que, por sua vez, desempenha um papel importante no subsistema inconsciente responsável pela focagem do olho. A visão periférica apenas detecta formas difusas e movimentos de modo grosseiro. Esta última função está relacionada com a detecção de movimentos susceptíveis de colocar em perigo a segurança dos indivíduos. A informação de cor produzida pelos cones não é suficiente para a detecção das arestas e formas dos objectos, mas pode reforçar positivamente a informação proveniente dos bastonetes quando, por exemplo, existam diferenças de cor em torno das arestas. No entanto, em situações em que a diferença de cor entre objectos não é facilmente perceptível, a informação de cor proveniente dos cones tem o efeito de dificultar a percepção de arestas e formas em vez de a facilitar. É por esta razão que a detecção visual de objectos distantes no alto mar, onde não existem difenças de cor significativas, é confiada a indivíduos daltónicos, porque não detectam tons de verde ou de vermelho, recebem menos informação de cor e são consequentemente menos confundidos.

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